No modo de vivenciar cada trabalho, a Eutonia proporciona um silêncio interno e desenvolve a escuta e o estado de presença. O praticante é observador e observado ao mesmo tempo. Possibilita identificar e dissolver tensões desnecessárias no corpo e reconhecer regiões esquecidas em estado de flacidez e ativá-las. Trata, portanto, do equilíbrio do tônus muscular. É um modo de habitar o corpo, recriar o movimento cotidiano e desenvolver a expressividade, tudo de modo mais leve e ativo.
Cada aula é chamada de vivência, pois o aluno tem a experiência de um corpo integrado com as sensações, emoções e pensamentos numa construção permanente de novos hábitos posturais e imagem corporal. "É uma terapia corporal que nos potencializa, pois com ela nos apropriamos de nós mesmos". (Bortolo, 2006)
Você pode saber mais em www.eutonia.org
Atendimento Individual e Aulas
As aulas podem ser vivenciadas em grupo ou individualmente. Chamamos de terapia quando individual, na qual o tratamento acontece também com o toque do terapeuta. As aulas em grupo são chamadas de vivências, pois dependem, de fato, de que o aluno vivencie cada etapa. Não há como assistir. É ele quem faz acontecer nele, com ele e por ele.
O atendimento individual costuma ser uma vez por semana em sessões de uma hora e o aluno pode escolher o horário
que lhe for mais conveniente.
Histórico da Eutonia |
Entretanto, mesmo adolescente ela relutou em aceitar a limitação que lhe era imposta. A pesquisa de um movimento com economia de esforço e que também mantivesse em equilíbrio seus batimentos cardíacos e ritmo respiratório tornou-se sua tarefa definitiva: “Tive de aprender a mover-me utilizando um mínimo de energia e a descansar antes de estar fatigada”. (ALEXANDER, 1997)
Neste contexto são dados os primeiros passos para a criação da eutonia, a qual modificava o padrão de aulas onde os alunos imitavam as expressões de seus professores, sem expressar a própria individualidade. “Sempre fui obcecada pela ideia de uma educação para o movimento que não estivesse baseada na imitação” (IDEM).
A paixão pela criatividade e a influência do pai pianista, levou Gerda à escola da Rítmica de Jacques Dalcroze de 1915 a 1929, na qual se formou. Em 1940 foi para Copenhagen, Dinamarca, onde fundou a Escola de Eutonia para desenvolver a pesquisa baseada na relação entre economia de esforço, qualidade de movimento e o uso adequado do tônus muscular na ação cotidiana.
A eutonia coloca o indivíduo em pesquisa sobre sua própria individualidade de modo a ampliar seu contato com o cotidiano e com as relações que o afetam. A regularização do tônus se dá através da sensibilização da pele, conscientização da estrutura óssea e ampliação dos sentidos.
Gerda Alexander nasceu pouco antes da Primeira Grande Guerra. Iniciou a eutonia em meio à Segunda Guerra Mundial. Sonhou ser bailarina e travou sua própria batalha para vencer a doença que lhe exigia repouso. Foi pianista e professora da rítmica de Dalcroze. Lecionou para grandes artistas da ópera e da música e trabalhou por muito tempo com crianças sadias e deficientes. Seu ensinamento, no entanto, expandiu-se para o mundo, para além do universo artístico e pedagógico e das fronteiras do reino da Dinamarca.